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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

SINTRA - OS SETE AIS - lenda nº 42

Texto e ilustração de Santos Costa

Sintra foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques com a ajuda de um cavaleiro cristão chamado D. Mendo de Paiva. Sintra era então designada pelos mouros como Xentra.
D. Mendo, em determinada altura, reparou que duas mulheres mouras, uma nova e outra velha, tentavam fugir. A moura mais nova era muito bonita e, mal viu o cavaleiro, soltou um suspirado "ai".
- Sois minhas prisioneiras - disse D. Mendo.
A velha ia dizer qualquer coisa quando a jovem moura soltou mais um "ai".
- Deixa-nos, cristão - suplicou a velha - ou acabarás por soltar a maldição desta jovem.
- Que maldição?
- Uma feiticeira fadou-a à morte quando ela soltasse sete ais!
A moura mais nova suspirou de novo. A velha avisou:
- Com este já são três ais e faltam apenas quatro.
- Pois sim - disse D. Mendo - mas eu quero-a para minha esposa e ela não soltará mais ais.
Ao ouvir aquela proposta, a jovem soltou mais um "ai".
- Aguardai aqui, mulheres! Voltarei para vos levar até um sítio seguro.
A velha avisou de novo:
- Minha ama acaba de soltar o quinto ai.
D. Mendo afastou-se, disposto a cumprir a palavra, receoso que a jovem soltasse mais "ais".
Mal ele se afastou, apareceram mouros, que tinham ouvido a promessa do cristão, e mataram a velha. A jovem soltou o penúltimo "ai". Quando os mouros lhe apontaram a lâmina de uma adaga, soltou o último e foi logo morta.
Quando D. Mendo regressou, viu cumprida a maldição. E Sete-ais deu Seteias, um campo onde se situa formoso palácio na serra de Sintra.

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