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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

GRÂNDOLA - O JAVALI DE GRÂNDOLA - lenda nº 26

Texto e ilustração de Santos Costa

Nos plainos de Grândola, que em 1527 era uma simples aldeia, costumava ter couto de caça o filho bastardo de D. João II, D. Jorge de Lencastre. Amante da caça, ali se distraiu com os seus convidados em muitas caçadas, na companhia de criados e mateiros.
Parece que uma das presas favoritas de D. Jorge era o javali, espécie que não abundava assim tanto como o fidalgo pretendia, aproveitando o ensejo para exercitar esse dote quando o avisassem da presença de um ou mais exemplares de javali. Mandou ali construir o seu palácio, demorando cada vez mais tempo.
Conta-se que estando D. Jorge à janela desse palácio, viu passar um bom exemplar de javali, o qual, sem o menor temor, passou à vontade por baixo da janela onde o nobre se encontrava.
À pressa, D. Jorge mandou reunir todos os monteiros disponíveis, que logo se apressaram em arrear os cavalos, subir para eles e partirem em perseguição do javali.
Por muito que tentassem apanhar o animal, este escapou-lhes, falhando todas as tentativas de o caçarem, o que irritou D. Jorge. Aconteceu que faltou à caçada o mais hábil caçador do seu naipe, nesse dia ausente numa audiência judicial em Alcácer do Sal. Grândola não era concelho nem tinha justiça própria.
D. Jorge decidiu, a partir de então, solicitar ao rei que concedesse foral e justiças a Grândola, passando a vila.

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