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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

ANGRA DO HEROÍSMO - O MENINO DO CORO - lenda nº 5

Texto e ilustração de Santos Costa

A lenda da imagem de Santo António, da Sé de Angra do Heroísmo, remonta a um episódio do séc. XVIII.
Uma criança deu certo dia em correr pelas dependências da sé. Tratava-se de um menino do coro e ia a fugir do seu mestre de capela, que o queria castigar por um delito menor. Esse delito dizia respeito particularmente a uma falta que o mestre considerava muito grave: a criança não entoara as canções da festa de forma correcta.
A tremer de medo do varapau que o mestre brandia atrás dele, a criança fugia a sete pés. Através dos corredores frios da sé, o miúdo ouvia distintamente os passos rápidos do mestre e as promessas de castigo que ele afirmava concretizar se lhe deitasse as mãos.
Às tantas, o miúdo enveredou pelas escadas da torre.
- Espera aí, meu malandro! Daí não podes tu fugir!
Chegado lá acima, junto dos sinos, a saída era para o precipício. Era alto, lá isso era. Mas sem pensar no que fazia, a não ser fugir ao castigo que se aproximava, a criança saltou para o vazio.
Foi então que ocorreu algo nunca visto. Um vento milagroso tomou o menino pela opa e fê-lo pairar, levando-o suavemente como um pássaro para o ir depositar no telhado do convento de Nossa Senhora da Esperança.
Em reconhecimento, o pai do rapaz mandou fazer a imagem de Santo António e adornou-a com a opa do filho, que veio a ordenar-se padre.

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