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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

GAVIÃO - O LOBISOMEM -lenda nº 43

Texto e ilustração de Santos Costa

Dois jovens folgazões, solteiros, combinaram ir a um bailarico numa terra vizinha da sua. A páginas tantas da noite, quando um deles, talvez com os pés doridos de tanto bailar, achou que era chegada a hora de colocar as botas ao caminho, chamou o companheiro para fazerem a viagem juntos. No entanto, o amigo disse que ainda ia ficar mais algum tempo, pelo menos enquanto houvesse par para bailar.
O bailarico não deve durava muito mais e o amigo que ficou decidiu regressar a casa, fazendo o trajecto sozinho. Já seguia a meio do percurso quando encontrou um burro sem albarda e sem arreios... E possivelmente sem dono.
- Ora, um burro vem mesmo a calhar para eu ir para casa.
Montou no burro, mas andados alguns passos, o animal começou a crescer e ficou muito alto. Tão depressa cresceu, também depressa diminuiu, pelo que o retardatário, mal se apanhou no chão, fez o caminho a pé, muito assustado e intrigado.
Ia a entrar na povoação quando avistou o companheiro que saiu do baile mais cedo. Contou-lhe o que aconteceu com o burro e o amigo disse:
- De noite não te metas com quem passa; quem vai, vai e quem está, está! Eu podia matar-te!
- Então eras tu que fazias de burro?
O outro disse que era lobisomem e que naquela noite ficou transformado em burro. Pediu-lhe para o ajudar a quebrar a sina na próxima noite de lua cheia. Disse-lhe a hora e o local e que levasse um espeto para picar um cavalo que lá aparecia, quebrando-lhe assim a sina. Se falhasse, além de não lhe pôr fim ao fadário, ficaria com outro igual ao dele.
Finalmente, sem falhar, o amigo espetou o pico no tal cavalo e quebrou a sina do amigo lobisomem.

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