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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

MONÇÃO - DEULADEU MARTINS - lenda nº 58

Texto e ilustração de Santos Costa

Um tal Pedro Rodrigues Sarmento, ao serviço de Henrique II de Castela, veio pôr cerco à vila de Monção. Decorriam então as guerras entre o rei D. Fernando I de Portugal e aquele rei de Castela.
Colocado o cerco a Monção, os sitiantes tinham como objectivo fazer render os da fortaleza através da falta de suprimentos, ou seja, rendição por força da fome, dado que não tinham os de dentro forma de fazer entrar víveres dentro das muralhas.
Era capitão-mor dos defensores Vasco Gomes de Abreu, casado com Deuladeu Martins, mulher inteligente e que não se furtava a uma luta. Foi ela que se incumbiu de distribuir as rações de pão pelos sitiados, adiando assim o que parecia inevitável, que era a rendição incondicional de Mação. A ração de farinha ia diminuindo a olhos vistos e, mal Deuladeu se apercebeu, encontravam-se as arcas apenas com escassa porção, que mal dava para um dia. Qualquer outra pessoa que não fosse a mulher do capitão-mor teria desde logo anunciado a rendição, mas ela era de outra têmpera. Achou uma solução e foi ter com o marido, expondo-a.
- Irás livrar-nos da fome?! -inquiriu o incrédulo Vasco Gomes.
- Não livrarei da fome, mas farei levantar o cerco - foi a resposta.
Sabendo ela que os soldados de Pedro Sarmento também passavam fome, juntou a farinha que restava e mandou cozer pães. Em seguida, subiu às muralhas e daí lançou esses pães aos castelhanos, dizendo-lhes:
- Aí vão esses pães que nos sobram, para vos matar a fome.
Visto o que julgaram fartura de víveres, os castelhanos levantaram o cerco.

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