Texto e desenho de Santos Costa
Vinha um homem a descer, pela tardinha, um caminho que vai do Casal do Monte até à igreja da Póvoa, quando encontrou um cabrinho aos saltos ao chegar à encruzilhada dos Quatro Caminhos.
O homem ficou-se a mirar o animal e a dizer para si:
- Olha ali um cabritinho bem bonito! Como é que anda por aqui perdido este bichano?
Vai ele, pôs-se a fazer festas ao cabrito, enquanto o animal parecia demonstrar satisfação.
Então o homem tomou uma decisão. Resolveu levar consigo aquele cabritinho, que parecia ter sido abandonado.
Quando mal tinha andado uns passos, levando o animal debaixo dos braços, verificou com surpresa que o cabritinho tinha aumentado de peso. Passou-o para o outro braço, pois aquele já ia dorido, mas o bicho continuava a aumentar de peso. Teve de parar.
- Este cabrito parece que tem chumbo! O melhor é levá-lo às costas…
Assim fez. Pôs o animal às costas, mas a cada passo que dava, o cabritinho ficava mais pesado, embora não aumentasse de tamanho. A páginas tantas do percurso, que era a descer, chegado ao sítio a que chamam o Pinheiro Torto, o homem já nem se podia mexer. E ele que era bem alto e forte!
Tratou de deitar o animal ao chão, pois aquele excesso de peso parecia indicar que ali havia coisa ruim.
- Vai-te, diabo, que pareces coisa má!
Dito aquilo, o homem fez o sinal da cruz e o cabritinho deitou a fugir, pois tratava-se do Diabo.
O homem coçou a cabeça, estava visto que se livrara de boa, e disse em voz alta para o Diabo ouvir:
- Ora, até que enfim, que já achaste quem andasse contigo às costas.
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