Pela
Páscoa entraram em Vilar Maior muitos cavaleiros armados, montados em cavalos
brancos e decidiram fazer uma espera às moças solteiras que iam para a missa.
Um
alferes disse:
“A
virgem de verde bem me agrada, mas eu queria a de azul. Pois hei de roubá-la ao
seu pai ainda que isso me custe a vida.”
Ainda
não era meia-noite quando o alferes bateu à porta dos pais da moça. Apareceu a
mãe à porta .
“Eu não venho por ti, velha, mas venho por tua
filha.”
“A minha filha não está cá. Está em casa da
prima.”
O
alferes pegou numa candeia e entrou pela casa adentro, indo encontrar a
rapariga a dormir no seu leito.
Acordando
com o reboliço, a moça suplicou:
“Por
Deus te peço, alferes, e também pela Virgem Maria, que me deixes vestir uma
alva camisinha e que me deixes rezar uma só Avé Maria à Senhora do Castelo,
pois é minha madrinha.”
Saindo
com a rapariga, o militar ainda ouviu a mãe dizer:
“Olha
minha filha, não sejas desonra minha.”
Mais
tarde, o alferes trouxe a moça nos braços e entregou-a à mãe:
“Aqui
tens a tua filha. Ela não se quis vender e tirei-lhe a vida por isso.”
“Venha
cá a minha filha, pois antes a quero ver morta que a sua honra perdida.”
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