Na
Senhora do Desterro, em S. Romão, encontra-se um penedo que, pela sua
configuração natural, se assemelha à cabeça de uma mulher idosa.
Em
tempos viveu na serra uma jovem chamada Leonor, que era rica e bonita, mas que
vivia sob a tutela de D. Bernardo, seu tio, e com uma velha aia de nome Marta.
O
tio de Leonor, que era cruel e despótico, rejeitava o namoro da sobrinha com D.
Afonso, um fidalgo arruinado e muito pobre. Para contrariarem a resistência de D.
Bernardo, os dois enamorados encontravam-se às ocultas, sempre com a ajuda da
velha aia. Confiavam na velha, pois ela garantira-lhes que se algum dia os
traísse seria transformada numa pedra.
O
acaso fez com que certo dia, vindo Marta com uma carta de D. Afonso para
Leonor, o fidalgo obrigou-a a entregar-lha a ele. Era a marcação de um
encontro, mas sem dizer o local e hora, pois só a criada o sabia. O tirano
conseguiu arrancar à velha o segredo, após ameaças de morte.
Quando
D. Afonso se encontrou com Leonor, com Marta a acompanhá-los de longe, como era
hábito, mas incapaz de os avisar do perigo, foram alertados por gritos. Os dois
apaixonados deslocaram-se ao sítio onde sabiam que Marta os aguardava e
encontraram a velha transformada em pedra. Logo suspeitaram do que se passava e
fugiram para a Galiza. Regressaram mais tarde, após a morte do tio, e foram ao
mesmo lugar. Lá estava a cabeça da velha Marta.
Aí
mandaram erigir uma capela.
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