O rei D. Dinis e a rainha D. Isabel de
Aragão, que tinham contraído núpcias em Trancoso, encontravam-se no seu palácio
situado na cidade de Coimbra .
A rainha, que era muito caridosa e amiga
dos pobres e necessitados, costumava distribuir pão e outros alimentos a todos
os que se acercavam das muralhas do castelo. Eram pedintes que já conheciam o
bom coração da esposa do rei e não faltavam à perspetiva de um óbolo, de um pão
e de uma palavra de carinho, que D. Isabel sabia muito bem dar a quem mais
necessitava.
Dirigindo-se ela com o regaço cheio de
pães para distribuir a um magote de pedintes pobres, calhou dessa vez o rei
observar as movimentações da esposa, pois ele encontrava-se numa das janelas do
palácio. Intrigado, não só porque a esposa transportava alguma coisa no regaço,
escondida pelas pregas do vestido, mas porque também observava a numerosa fila
de indigentes que se acercavam, desceu à pressa para lhe toldar o passo e perguntar:
“Que levais no regaço, real senhora?”
Ela olhou o esposo com o carinho que lhe
dedicava e respondeu com toda a calma e cortesia que aprendera no velho castelo
de Aljacerias, em Aragão, onde foi educada e criada:
“Rosas, senhor, são rosas.”
O rei admirou-se e olhou desconfiado
para o regaço recolhido e bem cheio. Ele bem sabia que não eram rosas o que ela
lá trazia antes de fazer a pergunta.
“Rosas? Rosas em janeiro! Mostrai-mas!”
“Senhor, é como vedes!”
D. Isabel abriu as pregas do vestido e
deixou cair à frente do esposo dezenas de rosas brancas.
O rei, que não era tolo, verificou que
ali havia um milagre, para o qual só encontrava explicação na extrema caridade
de sua esposa.
Caro amigo Santos Costa
ResponderEliminarÉ admirável a tua produtividade. Mas esclarece-me, por favor: estas obras dedicadas às lendas portuguesas são em banda desenhada?
Um abraço.
Caríssimo Geraldes Lino
ResponderEliminarEstas obras que estou a publicar neste blogue não são de Banda Desenhada, embora cada uma delas tenha uma ilustração a abrir o texto. Como anunciei no outro blogue, vou publicar cerca de 200 - cada uma com um desenho a cores e texto - num livro cartonado, sobre o distrito da Guarda. Esta obra está para a gráfica e tem o apoio de metade dos municípios do distrito.
Relativamente às lendas em banda desenhada, de facto tenho algumas, uma vez que as "Aldeias Históricas" tinham pensado em editá-las através de uma grande editora nacional. Comecei a fazer o trabalho, mas o que é certo é que se desinteressaram do assunto e eu fiquei com elas na gaveta. Mas são BD's sobre lendas das doze aldeias históricas. Às vezes, contrariando o lema de Aquilino, nem sempre alcança quem não cansa, porque neste caso foi cansaço sem alcance algum.
Um abraço
Santos Costa