Chamava-se
Brites de Almeida, era uma mulher que nada devia à beleza e tinha seis dedos em
cada mão. Mesmo assim, ainda teve quem a pretendesse, como aquele soldado que
quis casar com ela. Brites prometeu que casaria com ele se fosse capaz de a
vencer numa luta. O soldado aceitou, mas perdeu e, nesse combate, o rapaz
esteve às portas da morte. Devido a esse incidente, Brites teve de fugir, foi
presa por piratas e, regressada à pátria, exerceu a profissão de almocreve,
fazendo-se passar por homem.
Depois
dessa odisseia, Brites de Moura foi finalmente contratada em Aljubarrota como
ajudante de padeiro.
Quando
se deu a batalha de Aljubarrota, no dia 14 de Agosto de 1385, a padeira pegou
em armas e combateu os castelhanos. Finda a batalha, onde se portou
valorosamente como um guerreiro, verificou que os apetrechos do fabrico do pão
não se encontravam onde os tinha deixado e que, contra o costume, a porta do
forno encontrava-se fechada. Foi então abri-la e verificou, mesmo no escuro,
que se encontravam ali escondidos sete castelhanos, daqueles que tinham fugido,
tal como D. João de Castela o fizera, quando viram a sorte da batalha mal
parada.
Com
voz grossa deu ordens para que saíssem do seu forno e agarrou na pá de ferro
com que costumava meter e tirar o pão do forno. Eles obedeceram, saindo cada um
por sua vez. À medida que os apanhava fora, deu-lhes na cabeça com a pá, de
modo que ainda despachou mais sete inimigos. Ela ficou conhecida como a padeira
de Aljubarrota.
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