Sabe-se que durante a chamada Guerra
Peninsular, que ocorreu entre o primeiro e o segundo decénio do séc. XIX, os
invasores franceses não só conquistavam a terra e exerciam sobre as populações
uma série de sevícias e assassínios, como praticavam atos de roubalheira e vandalismo
por onde passavam.
Perante as aldeias abandonadas e perante
uma propositada resistência das populações através do sistema de “terra
queimada”, escondendo-se as riquezas, colheitas e outros bens dos naturais, era
nos templos, igrejas e capelas, que os soldados de Napoleão davam largas à sua
rapina ou à sua sanha destruidora.
Reza a lenda que os soldados franceses
entraram em Maçal do Chão, espalhando o terror e fuzilando os moradores que não
conseguiram ou não quiseram fugir. Não encontraram mantimentos que
satisfizessem os seus suprimentos de campanha, pois os habitantes levaram ou
destruíram o que semearam para não deixarem aos invasores qualquer meio para
subsistirem.
Assim, como era seu hábito, procuraram
encontrar alguns valores em ouro ou mesmo objetos que pudessem trocar por
dinheiro, na igreja matriz. Não se sabe o que levaram, mas não terão esquecido
a forma como vinham praticando desde que passaram a fronteira: tudo o que não
lhes interessava, queimavam.
Preparavam-se então para deitar o fogo à
igreja matriz, já com os archotes acesos e os rastilhos de pólvora espalhados
para se propagar com maior violência o incêndio, quando os dos militares
reparou que num dos altares estava um santo para eles especial e de grande
devoção em França: S. Luís, que foi rei de França como Luís IX, cuja vida
piedosa e a sua participação nas Cruzadas o levaram ao santificado. Perante esta
imagem do santo, deixaram a igreja intacta.
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