Antigamente
viveram os mouros no lugar da Chã. Uma rapariga moura, muito bonita,
apaixonou-se por um rapaz e, sabendo que o pai não gostava do pretendente,
namoravam às escondidas. Isso não obstou a que o pai viesse a saber do namoro e
proibisse a filha de continuar o idílio amoroso.
A
moura, em vez de obedecer ao pai, que era o rei mouro, ainda mais comprometida
ficou e acabou por casar com o jovem. Furioso, o rei tirou-lhe todos os
direitos e todos os bens, expulsando-a do palácio. Visto isso, ela foi obrigada
a trabalhar para sustentar a família, conjuntamente com o marido.
Também
sobre ela ficou o encargo de construir a própria casa, uma vez que o pai não
lhe deixou sequer um casebre para morar.
Foi
então ela que carregou, à cabeça, as pesadas pedras da anta da Chã, enquanto
levava o filho de meses ao colo.
Uma
a uma, as pedras formaram as paredes e, uma delas, o telhado. Dispôs os
colossos de pedra de maneira a albergar a família e a durar séculos a anta que
lhe serviu de abrigo e lar.
Em
noites de luar, no sítio das Chãs onde se encontra a anta, ainda há quem
assegure ouvir os ais da moura a carregar as pedras, como se os suspiros dela
tenham permanecido no local para todo o sempre.
À
anta das Chãs ou Casa da Moura, o povo também atribuiu a designação de Fonte
Coberta.
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