Três antas existem no concelho de Carrazeda de Ansiães, sendo que uma delas se situa no lugar do Couto, a três quilómetros da aldeia de Vilarinho da Castanheira, freguesia que já foi concelho, e que se estende do sopé da Serra da Lousa até ao Rio Douro, mantendo ainda um vasto território. Esta anta é conhecida por Pala da Moura e a sua construção anda ligada a uma curiosa lenda.
As antas são normalmente constituídas por esteios de pedra, de grande dimensão, dispostos ao alto, encimados por uma espécie de mesa, igualmente de grandes dimensões, a qual por estes sítios se designa por pala ou cobertura. Pois a mesa da anta do Couto, segundo os cálculos de arqueologia, pesa qualquer coisa como sete mil e quinhentos quilos.
A curiosidade da lenda reside no acreditar-se que este colosso de pedra foi trazido de grande distância à cabeça de uma moura, ao mesmo tempo que, indiferente ao peso, ainda ia fiando uma roca enquanto caminhava sem tropeçar. Como se esse fenómeno não fosse bastante para deixar qualquer um perplexo, a moura transportava às costas, devidamente acondicionado em uma alcofa, um filhote de colo, tendo os dois braços livres para ir fiando a dita roca.
Não consta que a mulher, durante esse inusitado transporte, que faria inveja a Hércules, trouxesse a “cara azeda”, de que se originou o topónimo Carrazeda; nem que a dita tenha sido familiar de um tal senhor de nome Ansila, de cujo nome resultou a terra de Ansilanis ou de Ansiães.
A Anta de Vilarinho da Castanheira tem uma câmara poligonal composta por oito esteios e a tal laje de cabeceira. Na parte interna de um dos esteios observam-se vestígios de uma primitiva pintura. Teria sido feita pela moura?
Carrazeda é também o nome da serra, na margem direita do rio Douro, local da provável proveniência da mesa ou pala da anta.
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