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terça-feira, 24 de novembro de 2020

IDANHA-A-NOVA - O REI VAMBA - lenda nº 16

 

 Texto e desenho de Santos Costa

Morto o último rei dos Visigodos, era necessário encontrar-se um sucessor. O conselho dos godos consultou o Sumo Pontífice.

O Sumo pontífice disse:

- Deus revelou-me que o novo monarca será um homem bom, de ascendência real e virtuoso. Disse-me que ele vive algures, ignorado, entregue ao amanho das suas terras.

- E como o reconheceremos?

A esta pergunta de um dos membros da Cúria Romana, o papa esclareceu:

- Ele estará a lavrar com um boi branco e outro castanho. A todos os lavradores que forem vistos com bois brancos e castanhos na lavra, incitai-os a espetar a vara na terra. Se a vara que ele tiver na mão florir é sinal de que esse é que é o rei dos Visigodos.

Depois de muito percorrerem as estradas e os caminhos, os emissários papais chegaram à região da Egitânia. Depois de alguns dias sem sucesso algum, os emissários encontraram um homem a lavrar com os seus bois, sendo um deles branco e o outro castanho.

- Como vos chamais, bom homem? - começou um dos emissários.

- Chamo-me Vamba, meu senhor.

- Por que vos esforçais nesta vida dura do campo?

- Adoro a terra e tudo o que ela dá. Louvo a Deus por me continuar a dar forças para ganhar o pão para a boca e por me perdoar os pecados.

Os emissários olharam para a vara que o lavrador tinha nas mãos e pediram-lhe para a enterrar no solo.

O homem enterrou a ponta na terra. No mesmo instante, daquele pau seco começaram a aparecer rebentos e a florir.

Vamba foi coroado rei em Toledo. Reinou de 672 a 680, depois cortou as barbas e tomou o hábito de S. Bento.

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