Texto e ilustração de Santos Costa
No antigo convento de
Alvelos, em tempos situado no concelho de Lamego, havia uma Abadessa que
praticava caridade. Em certo dia, uma pobre mulher bateu à porta do convento e
suplicou alguma comida para ela e para os filhos pequenos. A Abadessa chamou a
irmã ecónoma e mandou-lhe que desse à mulher o que houvesse de mantimentos.
- Nem sequer temos pão
para pôr na mesa - informou a ecónoma. - Apenas há uns restos de azeite na
talha para se cozerem umas ervas que apanhei fora do convento, a única refeição
das irmãs.
Não se conformou a abadessa e disse:
- Dá então esse azeite à
pobre mulher e prepara as ervas para nós.
- Será isso que que
quer, irmã abadessa?
- Faz o que digo. A
mulher merece bem o azeite, pois não tem nada.
Em vez de cumprir a
ordem, a ecónoma despediu a mulher sem lhe dar o azeite. Depois disso, entregou
à irmã cozinheira o azeite e as ervas para a refeição de todo o convento.
Mal soube do sucedido, a
Abadessa recusou a refeição das ervas e azeite, ordenando que fossem deitados
fora, uma vez que considerava como roubo a recusa da entrega do azeite à pobre
pedinte.
Deitada fora toda a
refeição, foi esta aproveitada pelos cães e gatos, que acabaram por morrer,
pois eram ervas envenenadas.
- Se tivéssemos comido
aquelas ervas, teríamos morrido todas!
Logo aí se viu
intercessão Divina, uma vez que tinham sido poupadas as vidas das freiras.
A ecónoma pediu perdão à
abadessa e, quando voltou à talha do azeite para ver se algumas gotas lá tinham
ficado, viu que a talha estava cheia até ao cimo.
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