Junto
à margem direita do Guadiana encontra-se a antiga vila de Juromenha,
reedificada a sua fortaleza por D. Dinis no ano de 1312. O brasão de armas do
séc. XIX ostenta um
castelo, cercado por água, pendendo de cada um dos lados dois grilhões, sendo
que estes significam um antigo privilégio que os seus moradores gozavam, de não
poderem ser mudados para outra cadeia fora da vila sem que os tribunais
pronunciassem a sentença final.
A
lenda não justifica o brasão, mas o topónimo.
Conta-se
que nesses primitivos tempos um nobre que era dono do castelo e dos domínios ao
redor, quis deserdar a sua irmã, ficando ele dono e senhor de toda a herança
paterna. Para além disso, assedia a irmã e pretendia que ela mantivesse com ele
relações incestuosas.
A
irmã do senhor feudal chamava-se Mênha e recusava as propostas do irmão,
mormente aquela que envolvia a cupidez e o desejo de a ter como concubina. Face
a essas negativas, o suserano prendeu-a na masmorra do castelo, na esperança
que nessa solidão e ausência de convicções, ela dobrasse e acabasse por aceder
aos seus desejos. Diariamente era formulada a proposta, mas Mênha era pronta na
resposta e na jura:
“Jura
Mênha que não aceita.”
Terá
ela acabado os seus dias naquelas ínfimas condições, mas não de deixou vencer.
Uma das torres se chama Torre da Mênha – que alguns dizem Manha - e a vila
Juromenha.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.