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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

PALMELA - O CONDE ALBERTO - lenda nº 134

                                                   Texto e desenhos de Santos Costa

 

O conde Alberto, um dos mais importantes e prestigiados fidalgos de Palmela, foi aprisionado pelos mouros. Levaram-no como escravo para os seus territórios no Norte de África. Vendido num mercado de escravos, foi adquirido por um mouro que não era nada meigo com os seus serviçais e muito menos com os seus escravos.

Como o conde Alberto não era daqueles que se humilhassem perante os inimigos, o mouro quis rebaixa-lo e colocou-o, preso por grilhetas, numa cela húmida e já habitada por ratazanas. Para ele, ainda arranjou uma forma de o colocar a produzir, pondo-o a rodar uma pesada mó de moinho.

Enquanto o conde passava os dias naquele triste fadário, a esposa e a filha, em Palmela, viviam na angústia sobre o que estaria a acontecer àquele familiar. Decidiram então as duas irem até à ermida de S. Brás. Suplicantes, lançaram-se aos pés da imagem de Nossa Senhora das Graças.

Enquanto estavam nesta súplica repararam que a imagem da Senhora inclinava a cabeça e parecia sorrir, sinal de que tinha ouvido a prece e que a ia atender.

Não passou muito tempo quando, em determinado dia, um caçador que passava perto da ermida, deu de caras com o conde Alberto, este ainda preso por uma corrente de ferro a uma pesada mó. Intrigado, o caçador aproximou-se dele e escutou do fidalgo a sua história de horror nas mãos do mouro, mais dizendo que lhe apareceu em sonhos Santa Susana, que agarrou nele e o levou a Nossa Senhora. Quando acordou, para espanto e alívio seu, estava ali, em terras de Palmela, se bem que ainda acorrentado à mó do seu suplício.



 



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