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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

BENAVENTE - S. BACO DE JENICÓ - lenda nº 145

                                                        Texto e desenho de Santos Costa

 

Os frades capuchos deixaram o Convento de Jenicó, em Benavente, corria o ano de 1834. Quando um terremoto reduziu o convento a ruínas, a imagem de S. Baco ali ficou no Jenicó (ou Jericó) bem quietinha no seu nicho. O povo de Benavente quis trazer a imagem para a Igreja Matriz. Trouxeram-na imagem num carro de bois, mas os animais não conseguiam andar, chegados ao cruzamento de Salvaterra de Magos e de Benavente, recusando-se a ir para uma ou outra terra, pelo que desistiram dessa intenção. Apareceu um desconhecido, já entradote na idade, que recomendou:

“Voltem para trás para o nicho da capela, que o carro andará imediatamente…”

E assim foi.

Era a imagem do santo procurada quando se era acometido por sezões, o que fazia com que o povo esfregasse as costas da dita para obter o “pó santo” milagroso.

A lenda ainda conta que um camponês, num gesto de agradecimento por S. Baco lhe satisfazer o pedido para arranjar emprego numa vindima, foi depositar um cacho de uvas aos pés do santo. O cacho não murchou com o passar dos dias, o mesmo não acontecendo com o pagador de promessas quando foi despedido daquele serviço. Revoltado, voltou à capela e, agarrando no cacho de uvas, comeu-o com sofreguidão, dizendo:

“Fui simplório e paguei a promessa, mas não acredito mais em ti, feia criatura. De mim não voltas tu a ter ofertas.”  

E riu-se nas barbas do santo. Conseguiu chegar a casa, a cambalear, mas faleceu pouco depois. A partir de então ninguém arrisca rir-se da fealdade da imagem.


 

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