Texto e ilustração de Santos Costa
O castelo de Alcoutim
foi conquistado aos mouros pelo rei D. Sancho II, corria o ano de 1240. Após
essa vitória, o rei ordenou a Rui Gomes, a quem entregou a fortaleza conquistada,
que poupasse a vida dos vencidos.
Rui Gomes prometeu e
deparou com o primeiro desafio a essa promessa. Encontrou escondido o alcaide
mouro na companhia da sobrinha deste.
Apesar de noiva do mouro
Hassan, a sobrinha do alcaide, de nome Zuleima, logo se apaixonou por Rui
Gomes. E logo tratou de dar mostras dessa afeição, o que não passou despercebido
ao seu apaixonado Hassan.
Com a raiva incutida
pelos ciúmes, Hassan espreitava a sua vingança. Não podia admitir que alguém
lhe roubasse a noiva e que esse alguém, ainda por cima, fosse cristão.
De facto, sem ameaçar,
Hassan cumpriu a promessa de vingança que tinha feito a si próprio. De facto,
matou Rui Gomes, apanhando-o à traição numa emboscada cobarde.
Zuleima assistiu a tudo
e desmaiou ao ver o seu amado morto. Mais não conseguiu ver ou fazer, porque
Hassan fugiu com ela.
Quatro soldados
cristãos, que viram o seu chefe morto, logo desconfiaram quem tinha sido o assassino,
uma vez que só através de uma emboscada, preparada de forma cobarde, se podia
vencer Rui Gomes.
- Vamos em busca de
Hassan, pois ele terá consigo a bela Zuleima, que não merece – disse um dos
soldados.
- Vinguemos Rui Gomes –
disse outro.
Foram em perseguição de
Hassan e conseguiram alcançar o mouro em fuga, junto a duas azinheiras
dando-lhe, friamente e sem apelo, a morte.
Há quem ainda ouça junto
ao castelo de Alcoutim os soluços de Zuleima, eternamente perdida a esperança
de ter consigo o seu amor.
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