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quinta-feira, 23 de abril de 2015

MANTEIGAS



Consta que o deus Hermes, da mitologia grega, se veio hospedar no vale do Zêzere e em terras da serra, porque achou ser este local o ideal para se afastar de outros deuses inconvenientes. O vale do Zêzere era então um glaciar em movimento. Decidiu o Hermes estabelecer aqui o seu povo nómada de pastores com os seus rebanhos, escolhendo para junto dele os mais destemidos e os mais fiéis, tanto prontos para a pastorícia como para a guerra.
Certo dia, descobriu Hermes, entre o povo de pastores, uma mãe que embalava uma criança no seu colo. Era uma menina tão encantadora que deslumbrou o próprio deus da magia. Era com essa criança que ele queria fundar o povo ideal, capaz de apascentar os rebanhos de ovelhas e cabras, de fazer o queijo e outros produtos derivados do leite dos animais. Assim, enviou um touro, mais provavelmente um auroque, para que ele a arrebatasse das mãos maternas a criança e lha trouxesse.
O touro partiu a cumprir a ordem. Chegou junto da mãe e, com um dos chifres, pegou na criança pela roupa e partiu à desfilada, indiferente aos gritos da mulher.
Se o touro fez ouvidos moucos à gritaria, não o fizeram os pastores que se juntaram na perseguição do bovino.
De súbito, no vale, em pleno prado de pascigo e junto aos salgueiros do rio, o auroque estacou e, com o mesmo cuidado que levou no transporte, assim depositou a criança na erva.
Quando os pastores chegaram junto do animal, repararam que este aquecia a criança com o seu bafo. A mãe chegou-se sem temor junto dela e perguntou:
“Hermínia, minha filha, estás bem?”
O sorriso da pequena foi a resposta que ela esperava.

Os pastores decidiram, dar ao vale e aos montes o nome da criança, que passaram a ser conhecidos como Montes Hermínios e trataram de dar nome ao lugar: Manteigas.

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