Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO




Certo pastor do Colmeal, que pastava o seu rebanho na Serra da Marofa, sonhou que devia ir a Belém, onde encontraria o que necessitava. E ele foi. Não se sabe como, mas foi. Lá chegado, encontrou alguém que com ele meteu conversa e lhe disse, depois de alguma conversa à sobreposse, que também tinha sonhado sobre um tal Colmeal das Rolas; e mais: a ir lá, encontraria um chibo deitado sobre uma pedra e, por baixo dela, uma cabra com o seu cabritinho, ambos de ouro maciço.
Para apimentar a descrição, o estranho concluiu:
“À noite, as barbas do chibo transformam-se também em ouro!”
O pastor regressou à sua terra e quis verificar a veracidade da descrição do homem de Belém. Parecia-lhe impossível encontrar o que o outro descreveu, mas encontrou. Lá estava o chibo sentado, que ele de imediato afastou para retirar a pedra. Sob esta, a cabra e o cabritinho que luziam dourados aos raios do sol.
Como se tratava de um homem honrado, resolveu entregar o achado ao rei.
“Real majestade”, começou ele, “queria oferecer-vos uma cabra e um cabrito…”
O rei ficou agastado com a oferta, pois a sua despensa crescia diariamente com ofertas daquelas. E disse:
“Quero então o cabritinho, por ser mais tenro.”
O pastor abriu o saco e retirou o cabritinho de ouro, que entregou a um rei completamente embasbacado e arrependido por não ter aceitado a oferta no seu todo. Emendou ainda:
“Olha, palavra de rei não volta atrás, mas peço-te que da cabra me deixes um chifre, para fazer uma bengala. E, já agora, também te faço um pedido: quando chegares à tua terra, junge uma junta de bois e do nascer ao por do sol, todo o terreno que fores capaz de marcar com um arado, será teu.”
O homem assim fez. Assim nasceu a Quinta do Colmeal.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.