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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

AGUIAR DA BEIRA - O PENEDO DA LEZÍRIA - lenda nº 70

Texto e ilustração de Santos Costa

Na Lezíria, localidade do concelho de Aguiar da Beira, há uma fraga que o povo chama Penedo da Moira. Diz-se que vive nessa fraga uma donzela de beleza inigualável, que por ali ficou escondida, encantada e recatada.
Para entreter o seu tempo, diz-se ainda que ela vai tecendo no seu tear de marfim, umas maravilhosas medas de ouro.
Mirones que quisessem observar e beleza ou o corpo da moura, por muito que o tentassem, não conseguiram até aos dias de hoje.
Certo dia, quando um homem da Lezíria por ali passou, tinha a moura acabado de estender aos raios solares aquela riqueza em ouro puro sobre a rocha.
Sim, o homem passou pela esteira dourada e pareceu-lhe tratar-se de trigo a secar ao sol. A moura tinha artes de fazer confundir a riqueza exposta, para evitar que alguém se tentasse a roubá-la. Só que, desta vez, o homem achou que aquele “trigo” era muito bonito e com ares de abandonado, pelo que tratou de embolsar uma pequena quantidade, regressando após ao povoado.
A moura tinha ficado escondida por um penedo a observar a manobra.
Na taberna, em frente de um copinho de cachaça, ficou ele desejoso de mostrar aos amigos o achado e lançou um punhado do “trigo” sobre o balcão. Todos os presentes soltaram uma exclamação de espanto: em cima do balcão luziam pepitas de ouro.
O homem voltou à pressa ao Penedo da Moira na esperança de encontrar o resto do “cereal”, mas a pedra estava lisa como a cabeça de um careca. Tudo havia sumido. Ouviu ele então, sem saber de onde, uma voz feminina a justificar a ausência do que ele vinha buscar:
- Olha, meu palonço! Tivesses aproveitado!

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